sábado, 25 de agosto de 2018

Haverá sempre um novo dia - Devaneios atrasados de um 2017


Desta vez, não foi fácil. Oito meses se passaram, não é mesmo? Oito meses. Oito.

Porque tanta ênfase? Bem, é algo impressionante para mim. Quando pensei sobre isso hoje, me dei conta que, num geral, oito meses é muita coisa. A minha sensação é de que o ano novo foi ontem, se eu for pensar nele somente.

Notei há algum tempo que minha noção de tempo anda muito ruim. Meus dias parecem não ter fim e ao mesmo tempo, sinto como se não tivesse tempo para nada. Se eu deito por dois minutos, horas se passam e eu sequer sei do que estava pensando.

Desculpem a mudança de assunto, mas deve ser bem perceptível que esse texto não tem e muito provavelmente não se seguirá de uma forma poética como os outros. Gosto muito de escrever de uma forma ritmada e que eu sinta que é gostoso de ler, mas hoje não. Hoje estou meio como a Imp, de “A Menina Submersa” – Se normalmente eu não me importo muito sobre como os leitores irão receber o que escrevo e se vão entender, neste momento, eu absolutamente não me importo. Hoje, neste texto, abro todo o meu coração, sem medo.

Retornando ao assunto, muito me impressiona, de verdade, que se tenham oito meses e eu não tenha parado em momento algum para escrever esse texto. Nos textos anteriores eu acredito que comentei sobre ter se tornado uma tradição pessoal (não fui nem vou verificar...) e por todas as vezes que pensei em fazê-lo ao longo desses oito meses, ou eu me sentia sem tempo ou bloqueada para escrever.
Talvez pareça simples a atividade de escrever. Sempre me sinto impressionada com meus colegas e/ou amigos escritores que fazem atividades de escrita constantemente e quando se sentem mal, às vezes imensamente mal, é na escrita que encontram um conforto. Comigo quase nunca é assim. Preciso estar minimamente bem para escrever, porque se estiver muito mal, me sentirei bloqueada e absolutamente não conseguirei escrever, por mais que tente.

Bloqueada. Percebe que falei disso em dois assuntos diferentes que se relacionam? Pois é. Eu estive muito mal.

Talvez, falar de 2017 envolva falar de 2018. Talvez as coisas fiquem confusas. Talvez as memórias se misturem. Talvez eu desista desse texto antes mesmo de chegar ao propósito: Falar de 2017. Muitos “talvez”, talvez você fique cansada (o) de ler esse texto e vá embora também, mas tudo bem, aqui é um desabafo e, desculpa a sinceridade, mas não me importa quantos quererão ler. Talvez (sim, mais um), me importarei com alguém que leia esse  texto e se lerá tudo, mas não me importo num geral.
Cheguemos ao ponto. Dois mil e dezessete foi um ano extremamente diferenciado na minha vida. Foi o ano que decidi por um fim e por um novo começo cheio de provações, em nome dos meus sonhos. Inclusive, há alguns dias, me surpreendi por uma frase: “Não desista, afinal, é o seu sonho, não é mesmo?”. Pus um fim na minha ideia de seguir alguns conselhos e desistir de Engenharia Química por enquanto.

Disseram-me, lá em 2016, algo como: “Eu sei, é sua paixão, é o que você sente que ama, mas não pensa que seria bom se afastar um pouco, se cuidar, descobri outras coisas, fazer outro curso e só daqui a um tempo, quando você estiver melhor, você retorna e faz o que você ama”. Há bastante sensatez nessas palavras e, lá em 2016, quando tranquei meu semestre para cuidar dos meus transtornos psíquicos, a minha ideia era justamente procurar segui-lo - e procurei. Voltei à mente de criança, voltei aos meus desejos e pensei: “O que eu quero ser? O que quero fazer? Qual o meu propósito?”. Tive novamente os mesmos desejos: Posso tentar ser física, astrofísica, bióloga, filosofa, matemática... Procurei por todos esses cursos. Na verdade, procurei por ainda mais. Tantas pessoas falam da minha escrita, sobre como eu devia seguir uma carreira relacionada e pensei: “E se eu fizer literatura, letras, jornalismo ou algo similar?” – Desculpe-me, mundo, mas não, essa não é minha ossada. Tenho preguiça só de pensar. “Meu deus! Uma escritora que não estuda!!!!” – Não é bem assim, estudo só o que acaba me gerando interesse para algo que eu queira escrever e também aceito a ajuda e ensinamentos de leitores beta e dos meus colegas de escrita/editores/organizadores dos livros que participei, mas para todo o resto, eu simplesmente não me importo e me cansa – sequer me vejo nas carreiras que estes cursos proporcionam.

Consegue tirar algo da volta que dei no último parágrafo? Eu consigo: Por mais que as pessoas me vejam nas artes diversas, eu não me vejo inserida nelas como deveria e sequer tenho vontade. Às vezes penso em me esforçar para essas atividades pelos elogios que recebo das pessoas, mas quando tudo anda mal, essas coisas até me servem de passatempo ou desabafo, mas não as sinto como minha vida. Elas não fazem meus olhos brilharem e meu coração explodir de encantos como entrar no barco do Greenpeace, ler sobre a história e o trabalho de Vera Rubin (Astrofísica), estudar a capacidade de degradação de alguns microrganismos, compreender as viagens quânticas de algumas ideias de Einstein, transformar matéria, melhorar o mundo através de projetos... Pesquisa, criação, desenvolvimento. Caramba! Essas três palavras fazem de mim quem eu sou. Dentro e fora da faculdade, ou seja, literal e metaforicamente.

Talvez por isso, seja tão importante e sofrida a faculdade para mim. Não deveria ser assim e eu absolutamente não serei estoica quanto a isso, muito menos me formarei expondo minha história como se fosse normal passar por tanta coisa e eu estivesse completamente certa em meu caminho.

Vou contar uma verdade: Não sei nem o que estou fazendo. Uma outra pessoa quase me bateu quando se deu conta disso (ou pareceu que a vontade dela era me dar um tapa na cara). Eu estou, de alguma forma, seguindo meu coração. Ao mesmo tempo, estou “dando murro em ponta de faca”, como já me disseram. Não façam isso em casa, crianças. É um caminho doloroso demais e talvez, há quatro anos, eu devesse ter tomado outro rumo. Invés disso, cá estou, cheia de pesos nas costas, em pleno 2018, remexendo em 2016 para explicar 2017, que é o protagonista desse texto, mas ainda nem chegou na história de fato.

“Pombas, Stephanie! Começar a falar de 2017, onde fica?” – Por favor, não se estressem, estamos trabalhando para oferecer um melhor serviço. Ou não, afinal, sequer vou revisar esse texto. Se eu revisar, certamente desistirei dele, ou cortarei muita coisa. Lembram que me referi à Imp? Pois, quem leu, vai entender bem que isto aqui é um texto com o mesmo tipo de escrita: incômodo, informal, confuso, cheio de rodeios e voltado à mim, a escritora.

Agora, após três parágrafos de adendos, volto ao ponto: o fim que pus em 2017. Como eu disse há quatro parágrafos atrás, sou feita de pesquisa, criação e desenvolvimento. Com tudo que disse nos últimos parágrafos, quis dizer que sou muito eclética, mas existem ramos que se unem e são muito importantes para mim. Todos aqueles cursos que realmente pensei em fazer, em absolutamente todos, senti que não iria me satisfazer. Não consigo me ver sem fazer mil contas e interpretar dados, não me vejo estudando os milhares de ramos da física (prefiro mesmo a aplicação prática nos fenômenos que estudo e a existência ínfima de algumas coisas que odeio neste ramo), não me vejo só fazendo contas e algebrismos, não me vejo apenas discutindo ideias e repassando em sala de aula sobre os pensadores do passado. Claro, estou sendo bem superficial nessas definições e acreditem: Eu SEI muito bem que não é só isso e já pesquisei a fundo e busquei profissionais para saber dessas áreas. Após trancar o meu curso, passei meus dias inerte e triste. Me senti vazia e sem propósito. A ideia de fazer esses cursos não me motivava, o pole dance e o tecido acrobático não me acalmavam, a escrita não me ajudava, NADA. Pus um fim. Descobri que na minha atual faculdade tinha meu curso e as matérias que faziam parte pareciam muito que me levariam aonde eu queria. Pus um fim na ideia de seguir o conselho de mudar. Segui meu coração.

Mas, sabe? Seguir seu próprio coração dói. Alguns te chamam de louca, outros reafirmam que acham que você está se enganando sobre o caminho que deve seguir, outros não te acham capaz de almejar o que deseja. “Fodam-se os outros!” Fácil dizer, difícil mesmo é escutar essas opiniões de quem mais te importa e isso sempre ser reafirmado. Para mim, é difícil  e doloroso, por mais que eu saiba que a intenção de alguns é me proteger e me guiar para um caminho melhor. Para estes, estou sendo teimosa e alguns, inclusive, se preocupam com minha saúde mental.

Decidi seguir meu coração e enfrentar isso. Foi MUITO difícil.

Novo espaço de estudo, novas pessoas, maturidades muito diferentes da minha, sensação de escola, rotina densa, necessidade de paciência. E os distúrbios, acabaram? Não. Me abri para o mundo quanto aos meus transtornos. Foi difícil e inicialmente, rodeado de desculpas e desculpas – parei com isso após um professor me chamar para uma conversa e me confrontar sobre isso: “Você não precisa viver de desculpas. Você não precisa se explicar para todo mundo. Tome cuidado para não se fazer de vítima”. Esse é um resumo de toda uma grande conversa ao fim do ano, em que eu chorei para caramba. Não era a primeira vez que eu escutava algo do tipo, não foi a última e talvez seja a mais tocante e significante, por conta da forma que ele me passou isso (que, por sinal, é inenarrável, me desculpem).

Tive que me adaptar a me sentir em meio a crianças em alguns momentos e uma criança burra em meio a gigantes do conhecimento em outros. Desenvolvi fobia social ao longo da minha trajetória e isso veio com força a partir de 2016. Nunca fui de ligar para as opiniões alheias e em 2017 é que comecei a perceber que minha autoestima estava destroçada e que comecei a ter uma facilidade imensa em me retrair e me sentir inferior nas coisas que amo. O porquê disso? Assunto para uma outra hora, ou talvez hora nenhuma, mas não sinto que seja tópico para esse texto aqui.
Dois mil e dezessete foi difícil, mas certamente um ano em que suspirei de alívio diversas vezes. Dois mil e dezesseis foi muito pior. MUITO pior. Se em 2017 eu chorei diversas vezes e tive que colocar minha ansiedade e a depressão no colo e acalentá-los, transformá-los, ao menos não havia mais os meus terríveis ataques de pânico e já não chorava todos os dias na ida à faculdade. O que era diário, aos poucos se tornou só algo possível e um pouco frequente.

Em 2017 ganhei alguns presentes da vida. Se 2016 me presenteou com momentos completamente paradoxais (mortes, introspecção, isolamento, decepção amorosa, um novo e maravilhoso amor, fortalecimento de amizades que muito amo, reencontros, desistência, resiliência...), em 2017 me surpreendi com o alento vindo de onde eu menos esperava. Em 2017 pessoas incríveis colocaram suas marcas em minha vida – e algumas delas estiveram ou estão só de passagem, mas suas marcas são fortes.

Uma pausa no meu texto para algo que acabei de notar: Alguém a quem dei e dou muita importância, é passageiro na minha vida. Passei 2017 inteiro negando isso a mim mesma. Passei todo um ano achando que era apenas impressão, achando que daria certo tê-la por perto. Me enganei. Ela não pode estar como eu gostaria e nem é obrigação dela. Cada dia que passa, me sinto mais certa disso e me dói.

Ainda sobre pessoas, os presentes desse ano que já passou ainda estão sendo abertos, aqui em 2018. Ainda estou descobrindo o que foi 2017 para mim e não posso deixar nenhum desses parágrafos para lá, pois são, para mim, muito importantes.

Muitas pessoas foram incríveis para mim em 2017 e ficou nítido o quanto eu não preciso de ninguém, mas preciso de todo mundo. Com o estopim dos meus transtornos ocorrido em 2016, em 2017 aprendi um pouco mais sobre cuidar de mim mesma, sobre não me achar uma super-heroína capaz de aguentar tudo só, sobre deixar meu orgulho e pedir ajuda, sobre permitir que as pessoas entrem, às suas formas, na minha vida (mas cuidando de como elas fazem isso).

Esse foi um ano muito denso. Nesse ano também lancei meu primeiro livro: “Fragmentos de Vida – Contos Diversos”, que peguei doze contos que criei, repaginei alguns mais velhos, e fiz a minha própria coletânea. Cheia de histórias fictícias e um ou outro fragmento de realidade, pus nele bastante do que penso e aprendi da vida. Realizei tudo isso, todo esse projeto. Graças à minha família de escrita (Zinescritos) e principalmente à Sandro G. Moura, meu grandiosíssimo amigo e entusiasta. Sem ele, certamente não teria saído. Também no ramo da escrita, ao ajudar a editora em qual publiquei, fui convidada a participar de um livro, para o qual eu fiz um conto bem despretensioso, mas que agora em 2018, foi indicado como um dos cinco melhores do livro. Além desse conto, senti que cresci um pouco nas poesias, graças a um amigo e mestre Marcelo Aceti. Através de seu incentivo, peguei a ideia de um poema e transformei em outros dois poemas que acho incríveis. Também no mesmo assunto, ainda publiquei em um livro que é a continuação de um projeto que achei excelente e nele há diversos autores que admiro muito. 2017 foi um ano produtivo na minha vida de escritora, mas fiz tudo isso graças aos diversos empurrõezinhos que pessoas muito especiais me deram. Infelizmente, a partir do momento em que precisei tocar isso sozinha, deixei para lá. O final de 2017 foi muito difícil nesse quesito. Meu bloqueio criativo foi forte e me derrubou. Minha autoestima como escritora sofreu um grande baque e até hoje, em pleno 2018, oito meses de 2018, quase nove, ainda estou tentando, a passos de tartaruga, mudar isso.

Acredito que quanto à escrita e à faculdade, eu consegui pôr tudo para fora. É bom dizer que nas questões familiares, foi um ano que me decepcionei fortemente com pessoas que amo, por começar a duvidar do caráter delas e amei fortemente e ainda mais algumas outras porque sei de suas importâncias para mim e o quanto me querem bem – me esforcei, portanto, para me reaproximar da minha família mais próxima e até de alguns mais distantes. Ás vezes, eu até quero me aproximar de algumas pessoas, mas, sinceramente, não sei como.

Quanto a amizades, os meus permaneceram. Meu coração chega a doer de felicidade ao olhar fotos e recordações envolvendo as minhas antigas e novas amizades. Em 2017, inclusive, me aproximei muito das amizades que fiz nas aulas de danças aéreas e passei a admirar mais e mais a minha polemãe, Erika Thompson – Aliás, a cada dia que passa, acho essa mulher mais incrível e uma forte inspiração. Foi graças a essas amizades e à inspiração e ensinamentos de Erika, num tempo que passei a praticamente morar no Studio, como diziam as pessoas, que cresci muito enquanto pole dancer e criei confiança para deixar minha criatividade fluir também nessa atividade.

Caramba! Já foram cinco páginas de Word... E ainda tem coisa.

Eu falei dos meus transtornos mas não falei sobre algo importante: eu já fazia e ainda faço psicoterapia. É imensamente importante nesse processo. 2017 também foi um ano de aprendizado nesse quesito. Me tornei praticamente amiga do meu psicólogo e a partir de um dado momento, eu comecei a não saber o que falar ou deixar de falar, com medo do que ele poderia pensar e com medo de que ele insistisse que eu fizesse um tratamento envolvendo psiquiatria. Eu não queria, de jeito nenhum. Atualmente faço, mas naquele momento, era completamente contra e passei a me afastar do tratamento por conta disso. Passei a não confiar mais que meu psicólogo estivesse sabendo lidar comigo e me ajudando e após meses e meses, em dezembro, é que decidi mudar de psicólogo – algo que eu precisava muito, para ressignificar a terapia e compreender, bem mais tarde, que talvez, tenha sido somente paranoia minha.

Definitivamente, como eu disse, foi denso. Repeti diversas vezes, ao fim dele: “Haverá sempre um pôr do sol e então um novo dia”. O descanso sempre chega, o momento de baixar a energia, acalmar e se preparar para um novo dia. Isso foi 2017. Foi um novo dia, um dia atarefado. Um dia que chegou ao fim. Um dia que se pôs e então, mais tarde, trouxe um novo dia: 2018.

Termino aqui meu texto, mais de 16.000 caracteres depois, e lhes digo: O caminho pode ser muito longo e às vezes me sinto perdida, mas sigo.

Por: Stephanie Santana.

sábado, 28 de janeiro de 2017

Palavras a ermo: Adeus, 2016



         Vestido em névoa, o ano de 2016 se foi. Em seu lugar, surgiu um novo: 2017; chegando em meio a um vazio, trazendo consigo uma brisa leve de esperança. Mesmo já em 2017, tornou-se difícil encarar 2016, ano que se passou como um furacão: revelando o que se mantinha escondido, destruindo, soterrando,  abrindo caminho para a reconstrução e revelando a solidez de alguns sentimentos e relações.
         Por diversas vezes, as metáforas e os rodeios são a minha melhor forma para expressar sentimentos. Esta é, talvez, a terceira vez que tento transpor em palavras uma retrospectiva do que se passou nesta etapa. Sendo esse texto uma tradição pessoal e uma forma de desanuviar e processar tudo que me passou, estou eu, encarando.

Entreguei-me ao choro.
         Minhas primeiras lembranças vem de um amor complicado. Não daqueles não correspondidos, que fazemos de tudo para esquecer - quem dera fosse, talvez eu passasse mais tranquilamente meus dias... -, mas sim um amor intenso, porém cheio de impedimentos e feridas. Cheio de altos e baixos, entreguei-me ao choro e em respeito a mim mesma, decidi abrir meu coração a um outro alguém e guardar o que eu antes sentia com todo amor e carinho pelos bons tempos, transformando-o em domável, dócil e eterno.

Novas histórias, velhas histórias e o luto.
         São tantas as idas e vindas na vida. Em nenhum outro ano a música "Encontros e Despedidas" (Milton Santos) se fez tão presente: Amizades que agora moram distantes (uma de minhas melhores amigas), que se afastaram, que afloraram (um grande destaque para as pessoas lindas do Zinescritos e a Kinho), que jamais poderão se formar (Rafael e Márcia, pessoas que conheci pouco, mas que se foram e deixaram a sensação de falta, de oportunidade perdida) e que se reaproximaram; as mortes de um dos meu grande companheirinho spok e de um grande mestre e meu entusiasta, Túlio Murici; e tornei-me espectadora e transeunte pelas vidas alheias, deixando pedaços, mas quase nunca permanência.

Pôr do sol
         Em um texto meu (Anoitecer;), explicitei um pouco minha relação com o surgimento da noite. Ao deixar o sol se pôr e as luzes diminuírem, encaramos nossos medos. Após alguns suspiros e o relaxamento, a penumbra os revela por inteiros e nos lembra que graças à lua e às estrelas, ainda há luzes e precisamos desse momento para, ao menos, começarmos a entendê-los, domá-los e conviver com eles. A intenção? Seguir em paz.
          Juntei toda a minha coragem e decidi trabalhar em meus problemas. Aprendi muito sobre meus transtornos de depressão e ansiedade - tratá-los em psicoterapia me deu suporte para admitir que algo estava acontecendo e permitiu esse ano turbulento, porém cheio de aprendizado e atitude com relação à mim mesma.
         Em 2016, especialmente, vivi altos e baixos intensos, indo da alegria imensa trazida pelos bons momentos para as fossas infindas. Desta forma, acabei me aproximando da concepção do Projeto Ponto e Vírgula*, "ponto e vírgula é usando quando um autor poderia ter escolhido terminar a sua frase, mas escolheu continuá-la. O autor é você, e a frase é a sua vida.". Nessa brincadeira toda, decidi me entregar à escrita como um de meus refúgios (inclusive me surpreendi ao conseguir publicar meu conto esse ano através da Andross Editora, posto que minha autoestima estava extremamente baixa e não me surpreendi por não achar e-mail de resposta do organizador Alfer, que mais tarde me contatou com a grande notícia de que meu conto foi aprovado); aumentei meus esforços no Pole Dancing, descarregando a mente em momentos gostosos; arranjei um companheiro incrível e meu atual namorado, Marcelo Bruno, que tem me ajudado a manter os pés no chão e a consciência de que não posso me deixar abater por completo; me agarrei à Família como meu maior refúgio; e resolvi descansar a mente das demandas da faculdade trancando meu curso, encarando meus medos relacionados ao futuro e o vazio momentâneo em fazer nada por se sentir sem objetivos.

Fênix
         A virada de ano sempre parece promissora, né?
         Minha crença está em que os anos só trazem mudanças quando estamos dispostos a mudar. Me dispus, após anos escondendo de mim mesma tanta coisa, a fazer uma faxina em mim mesma. Um de meus primeiros passos aconteceu no ano que passou. Fui ao pó, desfiz-me por completo, deixei uma bagunça e comecei a arrumar. 2017 chega com bastante coisa já encaminhada. Já se foram 28 dias e tudo que vem daqui a 31 de dezembro ainda está sendo escrito.
         Fecho esse texto, deixando as cinzas para trás e levantando voo, com toda a consciência de que voltarei a me incendiar e me desfazer.


*Projeto Ponto e Vírgula ou Project Semicolon é um movimento que se espalhou pelo mundo, com a intenção de conscientizar as pessoas acerca do suicídio. É também um movimento de suporte.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Sobre as rosas e a vida;


Sob as cores de uma estação supostamente gélida,
Repousam emoções retalhadas em prantos, muxoxos e aflições.

Aviso aos navegantes: Avante, conseguiremos!
Enquanto isso, fecho os olhos para os buracos que ainda não consegui fechar.

#ProjetoPontoEVírgula #SetembroAmarelo #SemicolonProject


Por Stephanie Santana

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

"Tudo pode ser, nada vai acontecer, não tema"



Chegado o fim de ano e já virou uma tradição particular fazer um texto sobre o que se passou e reviver meu blogzinho abandonado por tempo ilimitado às moscas por boa parte do tempo.

Eu, indiferente à maioria das datas comemorativas, gosto muito dessa época do ano. Gosto dessa sensação de esperança e renovação que a virada de ano pode trazer. O reinício ou início de tantos ciclos. No entanto, não gosto por esperar uma reviravolta, uma beleza de ano no futuro, vida boa, saúde, dinheiro, felicidade eterna, brilhinhos e enfeites. Bem, para mim este sentimento se resume no que meu adorado Drummond escreveu na sua poesia "Receita de Ano Novo":

"Para ganhar um ano-novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo de novo. Eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.".

Ano novo para mim é época de reflexão; de pôr na mesa e decidir quais ciclos terminar, quais não recomeçar, quais continuar e abrir espaço aos novos; em qual vou perguntar se sou o que quero ser e isso reverberará como nunca.

Puxando a deixa, adoro fazer uma pequena retrospectiva pessoal. Geralmente, me jogo para o âmbito da poesia, essa coisa linda que faz parte da minha vida tão intensamente (Apois, sou essa pessoa de exatas com um pé muito bem fincado em humanas). Esse ano, achei bem interessante me desafiar a fazer como algumas pessoas que vi, transformar em tópicos essa coisa toda.

"Qual o desafio, mulher?" - Alguns diriam. Minha resposta é simples: Sou prolixa para caramba, olha só o tamanho deste texto para introduzir simples tópicos... *risos*

E... Voilà! Meu 2015 foi assim:

- Deixei minha juba curta pela primeira vez;
- Tasquei vermelho na juba;
- Comecei a fazer parte de uma empresa que amo muito: a BetaEQ;
- Assumi a diretoria acadêmica do DA;
- Assumi a coordenação acadêmica de um evento (E2Q);
- Conheci gente do Brasil inteiro e do exterior também;
- Entrevistei pessoas;
- Compreendi como nunca a amplitude da minha futura profissão;
- Reforcei a certeza das áreas em quais atuarei;
- Saí da Iniciação Científica morrendo de vontade de voltar;
- Aprendi a me relacionar melhor com as pessoas e evitá-las menos;
- Fui ao Congresso Nacional de Engenharia Química;
- Fui à festas (SIM! Essa coisa que envolve um monte de gente junta num lugar só);
- Fiz Stiletto e aprendi a ter um pouco mais de segurança ao dançar (e ganhei um pouco mais de autoestima também e sou nisso muito grata a Elivan Nascimento);
- Comecei a aprender a surfar;
- Superei um bloqueio criativo de uns 9 meses para conseguir chegar ao intermediário no Pole Dancing;
- Senti como nunca o peso das minhas próprias cobranças, além das externas que são de praxe;
- Assumi com maior firmeza que precisava de ajuda de um psicólogo e encarei isso;
- Cresci muito lidando com crises de ansiedade e de depressão;
- Aprendi a desistir do que fosse necessário;
- Aprendi a lutar com todas as minhas forças pelo que acredito;
- Senti fortemente o peso da diferença entre trabalho em equipe e de pessoas que se juntam para fazer um trabalho ao qual vários não vão se dedicar;
- Cumpri metas pessoais;
- Superei abandonos;
- Amei fortemente;
- Tive uma paixonite;
- Entrei em uma fase de fortalecimento de auto-estima;
- Voltei a me dedicar à escrita de contos, poesias, crônicas e afins (O que me ajudou a lidar com meus problemas);
- Tive 2 contos e uma crônica publicados em antologias da Editora Andross ("Legado de Sangue" e "Nanquim");
- Vou ser madrinha do casamento de Braitner e Grazy, meus amorezinhos! <3
- Participei de dois projetos literários independentes (Zinescritos e Escrita Solidária);
- Tive DUAS famílias ao meu lado - a biológica e a postiça - Bando de amores meus.
- Ganhei trocentos apelidos criativos novos pra lista, entre eles Fogo-Fogaréu, Lava-Girl e Desgraça do Cabelo Vermelho... (Acreditem, são carinhosos)
- Abracei muito.
- Sorri MUITO e verdadeiramente;
- Tive muitas saudades, muitas distâncias e muitas certezas do quanto tenho carinho por algumas pessoas;
- Vi o rodeada de amor eu sou.

É... Acho que resumi bem o ano, mas nem consegui deixar de ser prolixa! tsc tsc

Brincadeira à parte, tive um ano muito bom em diversos aspectos e bem difícil para chegar às minhas conquistas. Mesmo não sendo do meu feitio, achei que muitas coisas seriam impossíveis, mas não é bem assim. Tive momentos de apenas ver os dias passarem, fossem como fossem; ou de energia sem fim; ou de me acabar em medo e pensamentos de que as coisas apenas e somente dariam errado; ou de ser um nada. Por outro lado, tive amigos e aprendi a me abrir, me expressar.

Aqui estou. Superando medos, anseios, cobranças e dores. Admitindo ajuda e confiando. Esperando por um novo ano que de novo não terá só o número.

Aqui estou, assumindo minha responsabilidade.
Venha, 2016. Mal posso esperar pelas próximas experiências.

Autora: Stephanie Santana
Título: Trecho da música "Deixe-se Acreditar" (Mombojó, Álbum 11º Aniversário)
Poesia de Drummond citada: "Receita de Ano Novo"
Observação: Foto meramente ilustrativa. Falta muita gente.

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Folhas abertas

Mesmo sem tanta vontade, é com as linhas de praxe que tenho que lidar. De repente, não tão de praxe assim, mas voilá.

Como não estender o ano para além de 365 dias, com toda uma rede, complicada, embolada, se entrelaçando por entre meus dias?

Como fazer desta uma poesia bela, singela?
O que tanto a poesia faz interferindo neste processo?

Encante-se, apenas, dizem a mente e o coração.
Diante de tais mandantes, quem sou eu para desobedecê-los?

Pus aqui a minha alma. De leve e acalmada.
Pus ela aqui subjetiva para dar, assim, a oportunidade de se tirar daqui o que há aí, em si.

Pois é, caro leitor. Espero que possa se descobrir por mim.

Texto: "Boneca", por Stephanie Santana

Boneca sentiu-se em casa, de barriga cheia, ao lado de quem mais amava.
Um amor eterno, amor vívido, amor querido, amor de mãe.
Boneca sorriu feliz, uma nova estação estava por vir.

Boneca foi passear sozinha.
Boneca foi atrás de seu Encanto.
Encanto se fazia seu sol, Encanto a tinha fisgado em seu anzol.
Boneca se sentia feliz, ainda que às vezes não fosse bem assim.
Boneca se apegava, sonhava, cuidava.
Boneca viu no pôr do sol uma saudação à esperança e mesmo assim, apertou-se seu coração.

Boneca teve pressa.
Boneca teve sonhos.
Boneca acreditava numa vitória.
E o que teve foi decepção.

Boneca doou a si para o Encanto.
Encanto aos poucos virou Peso.
Peso mascarou-se de Esperança e se transformou em Ilusão.
Boneca, então, enganou a si.
Já, Ilusão, é claro, transformou-se em Desilusão.
Boneca, assim, acabou por cair.

Boneca se ajeitou e seu porte mudou.
De prontidão, Carinhos lhe estenderam a mão.
Boneca seguiu, então.

Carinhos, à Boneca, sorriram.
Carinhos a Boneca envolveram.
Carinhos a Boneca mudaram.
E foram os carinhos que ficaram.

Paixões para a Boneca surgiram,
Paixões da Boneca se foram.
Experiências chegaram também sorrindo.
E à Boneca nada restou, tudo ficou, um pouco passou.

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Em chamas

Fogos reacendem no céu esperanças de um mundo melhor, de uma vida melhor. Enquanto isso, quem somos nós?
O que queremos, o que fazemos?

Como tornamos possíveis os nossos sonhos e vontades?
Quanto desistimos de nossos medos, de nossas impossibilidades bem pensadas e 
possibilidades mal calculadas?

O quanto esperamos por nossos desejos?
O quanto fazemos por nós mesmos?

Que em nossos corações explodam vontades, mudanças e atitudes nesse novo ano.
Que nossos corpos se movam em direção aos nossos sonhos.
Que estejamos dispostos a nos dar chances, a abrir a mente e receber novas oportunidades.

Que façamos o nosso melhor e independente de todas adversidades, que façamos nosso caminho e tomemos nossas responsabilidades diante da nossa própria vida.

Feliz 2014!

2013 - 2014. Preparados?

       Fim de ano e este é mais um texto falando disso. Um clichê que gosto, já que é neste texto que coloco reflexões sobre todo um ano, já que na escrita encontro um outro modo diferente de "pensar" sobre mim e o que me aconteceu.
      O ano de 2013 foi cheio e intenso para mim. Começou muito bem, em uma viagem maravilhosa, no México e visitando as belas pirâmides do Sol e da Lua e Acapulco. Em contra partida, a decepção da falha. Decepção essa que logo virou reflexão.
       Por quê dar tanto valor a uma prova, passar meses e meses estressada, como se aquela fosse a única oportunidade, como se aquela prova fosse definir o quanto sei e quem eu sou?
       Bobagens! Porém, bobagens às quais damos valor demasiado. Bobagens que me levaram a passar um último ano escolar (2012) terrível e cansativo, sem um bom aprendizado, sem muito valor. Bobagens que me levaram de excelente aluna a medíocre, por me preocupar mais com notas do que com meu bem estar.
       Entregue a bomba das notas do Enem e meu fracasso em entrar na única universidade para qual havia prestado vestibular, chegou o momento de rever minhas prioridades. Prestei o vestibular para uma faculdade particular, também tirei uma nota terrível, mas nesta eu passei. Ganhei mais um semestre medíocre, mas desta vez, foi aprendendo, foi me rebuscando, foi me entendendo. Analisei no que eu errava, fui percebendo melhor meu stress, fui recuperando a vontade de estudar de forma séria e não para prova ou qualquer coisa do tipo, ganhei novas pessoas boas em minha vida e fui recuperando a minha tranquilidade e vontade de fazer as coisas sem me pressionar. Ainda repetia os vícios de estudo do ano anterior, mas me encontrava de longe melhor.
      Insatisfeita com o ensino e com os problemas administrativos, resolvi sair da minha inércia e meu conforto e mudei de faculdade. Dei de cara com um lugar novo, diferente e um tanto desafiador. Um lugar de pessoas mais fechadas, mas que corriam mais atrás. Um lugar também cheio de defeitos, mas onde encontrei uma maior base e vi mais caminhos a construir. Mas não se engane, apesar de diferente, não era este ambiente que se fazia melhor: Era eu.
       O segundo semestre do ano foi bem complicado, mas bem produtivo. Eu diria que o primeiro se deu cheio de atritos familiares, de comodismo, insatisfação e improdutividade.
       Eu me deparei com uma nova realidade e passei a sentir de verdade a vida acadêmica. Fui derrubada pelo meu próprio egoísmo e meu orgulho, machucando aqueles que amo e quase os perdendo. Caí em tempos difíceis, construídos por mim e pelas minhas escolhas, tanto as erradas como as certas. Comecei mal na nova faculdade, comecei mal com aqueles que amo e comecei mal comigo mesma. Assim, em baixa, vi o quanto me afastei das coisas que gosto e de mim mesma, vi quanta coisa estava errada na forma com qual eu me relacionava com as pessoas, vi o quanto fiquei cega tentando cuidar da minha vida, esquecendo que nela não estou apenas eu.
       Aprendi muito e me transformei em uma construção. Abaixei a guarda, me deixei mais transparente a quem me importa, fui deixando o orgulho e o meu egoísmo, fui notando melhor as pessoas e me propondo mais a fazer parte. Percebi melhor o quanto as pessoas são diferentes, o quanto as verdades podem variar e ainda serem certas, mas apenas de acordo o que se passa na mente de cada um, pois o mundo do outro não é o mesmo que temos. Percebi o quanto a auto-piedade me consumia e passei a agir mais, começando a deixar os meus medos de lado e me agarrando mais às minhas vontades e minha coragem. Comecei a ter minha mente mais atenta e aberta para o que acontece à minha volta e no mundo, o que me permitiu começar a me questionar mais e ver melhor os erros dos outros e levar o aprendizado deles para mim também.
        Acima de tudo, dou muito valor e agradeço à todos aqueles que estão à minha volta. Alguns com um papel mais presente, muito maior. Entre eles: Rayane e sua família, com todo seu carinho, zelo e acolhimento, estes são grandes amigos; Ariel, meu namorado, sempre ao meu lado, mesmo distante e diante de todas as nossas dificuldades, brigas e diferenças; e no fim de tudo, até minha família, que é uma parte com qual eu tenho inúmeros problemas, mas que através de muita tolerância passei a perceber melhor o quanto eu mesma tenho que mudar para melhorar um pouco nosso relacionamento e todo seu carinho e por mim, mesmo com as diferenças e meu gênio difícil.


Tenho boas impressões para este novo ano. Pode ser só esperança, mas depois de um ano tão cheio de altos e baixos como este, 2014 me parece uma boa pedida. Me parece um ano de mais desafios, claro, mas também de mais força, de aplicar o tanto que aprendi agora e talvez também, um ano mais leve, quem sabe.


Que venha 2014. Que venham novos desafios, mais alegrias, renovação e boas energias.

Feliz ano novo a todos.

sábado, 14 de dezembro de 2013

O calor de um ser

Acabou a palhaçada!
Chega disso.
Pare de gritar sua falsa felicidade aos quatro ventos e trate de preocupar em espalhá-la.

Vamos! Vamos! Não demore.

Bora lá, mostrar o melhor.
Bora lá, para mostrar que não adianta auto-piedade.

Tem que fazer valer, tem que fazer o melhor.
Como? Ah, essa pergunta é fácil de responder, difícil é a prática.

Traga-me seu amor, largue teu ódio.
Traga-me sua mente limpa, deixe seus preconceitos se transformarem.
Traga-me teu corpo cheio.
Cheio de vida, cheio de querer, cheio de fazer.

No final de tudo: Viva.
Com seus altos e baixos, mas com mais alívios que sofrimentos.
Até por quê, "Tristeza não tem fim, felicidade sim"*.
Na tristeza nos construímos, na felicidade, aproveitamos nossa construção.

Que nós aproveitemos, transformemos, vivamos e transmitamos.
Há sempre um novo hoje. Há sempre oportunidades.
Vamos enxergá-las, vamos aproveitá-las, vamos espalhá-las.

Há um novo ano chegando.
E um melhor você, cadê?


Autora: Stephanie Santana
* Trecho da música A Felicidade, por Tom Jobim e Vinícius de Moraes. (Alguém me corrija, se eu estiver errada :D)

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Sentimentos Velados

Ah, meu caro. Aqui estão dois possíveis caminhos.
Você ganhou um pilar para fortalecer um deles e enfraquecer o outro.
Você poderia criar em si, algo novo e muito bom! Quebrar estas tuas amarras tradicionalistas e crescer em  si um pensamento novo! Libertar-se do preconceito que tanto critica e praticar aquele velho conceito do amor, aquela velha virtude da sabedoria. Você pode não se tornar sábio, mas pode construir um degrau novo e ver que somos todos iguais, apenas de formas diferentes.

Por que estas antolhas? Está com medo?
As coisas não são como você bem gostaria. Cada caso é um caso. saia de seu degrau de "aprendi muito com a vida" e admita que ainda há muito o que aprender e não será com ironias e deixando o tempo passar que você conseguirá, meu caro.

É uma pena, mas se você quer tanto: Vá. Fique com suas palavras moralistas, mas cheias de rancor, de um passado que você não deixa passar. Fortaleça sua ponte de remorsos e deixe-se ruir ao longo do caminho. Envelheça a sua felicidade e a enfraqueça.

É o preço a se pagar quando se prefere viver no orgulho e na posse, maquiando conceitos para não ver que é você o responsável pelo seu futuro; não se permitindo ver que no mundo há e sempre houveram diferenças que vão muito além da sua compreensão.

E que o tempo venha.
E que a vida venha.
O primeiro não ensina, cria ilusões com nossos esquecimentos. A vida? Esta sim, é cruel e trata de nos trazer ao ponto inicial sempre que possível, para nos dar a oportunidade de recomeçar e sofrer de novo para que possamos aprender o que ela tanto quer.

Autora: Stephanie Santana

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Grandeza

Ei.
Pode parar.
Essa cara de bobo eu conheço bem e sei que de bobo mesmo nada tem.
Também não adianta mascarar-se.
Decidido assim, todos podem até pensar que você tem o mundo em seu controle. Mas eu estou aqui e já que sei que este controle é frágil.

Vem, vem cá.
Temos nossos medos e é juntos que os transformaremos.
Me abraça e se deixa vir. Eu já estou entregue a ti.

Ame.
Ria.
Imagine.
Encante.
Leve tudo ao alcance do infinito, pois lá está seu caminho.

Autora: Stephanie Santana

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Livro: A Chuva


      Já pensou se algum dia sua vida se tornasse o objeto de diversão de um sociopata? 


“- Miserável! - Gritei. - Eu vou... 
Ei! Cuidado com os elogios!
– Ele parecia falar sério.
 É o seguinte, detetive. Espero que você reserve sempre um tempo para mim depois dos assassinatos, pois eu lhe garanto que ligarei.
- Assassinatos? – Estranhei o plural.
- Você acha mesmo que esse foi o único? Há! Há! Há! O melhor de tudo é saber que você não pode impedir.
- O outro lado da linha ficou mudo após uma risada cruel.”
       Dimitri é um assassino misterioso e peculiar. Ele cria uma espécie de jogo de “gato e sapato”, transtornando a vida de Detetive (que não tem o seu nome revelado). Através de ligações sarcásticas, Dimitri avisa ao investigador sobre cada um de seus crimes, e a cada crime, deixa uma pista de seu paradeiro, envolvendo este em uma teia criminal perigosa e aparentemente infindável.
       “A Chuva”, por Ariel Ayres, é uma obra de conteúdo leve e cativante. A linguagem é simples e clara, capaz de entreter qualquer jovem, seja de corpo ou apenas de alma. Os diálogos são dinâmicos e objetivos, sem tornarem-se artificiais. O enredo se desenrola como um labirinto onde até mesmo o leitor é capaz de se perder em meio à angústia do protagonista. As personagens são construídas em um âmbito sombrio. Apesar de seu grau de importância, as mortes chegam a parecer ilógicas e o detetive cada vez mais confuso. O cenário dá a entender que tudo ocorre em uma grande cidade, onde a presença da mídia pode influenciar a todos e até mesmo acabar com a carreira de alguém. Um alguém é o próprio detetive, que se vê pego pelas armadilhas de um assassino em série misterioso, que aterroriza a sua mente, criando uma atmosfera angustiante que leva o leitor às ultimas páginas num instante.
       Apesar do final pouco surpreendente, não deixa de ser interessante. O autor consegue prender o leitor, sem utilizar-se de acontecimentos e informações realmente desnecessárias. Com suas situações de certa forma grotescas, A Chuva me fez imaginar a que ponto um ser humano pode chegar por puro medo e desespero.  Esta é mais uma das obras que me fazem pensar sobre quão boa é a literatura atual brasileira.




Por Stephanie Santana
Trecho retirado do livro A Chuva, por Ariel Ayres.
Contatos com o autor: ariel.ayres.contato@gmail.com
Blog do autor: arielayres.blogspot.com

sábado, 27 de agosto de 2011

Poema: O Corvo - Edgar Allan Poe

       Um corvo, um homem, a dor da perda e um "nunca mais". O poema de Edgar Allan Poe é bastante sombrio e consegue transmitir de uma forma  interessante o sentimento do eu-lírico. Este sentimento é descrito de forma bastante tensa e um tanto sem sentido, o que nos leva a perceber quão surreal parece ser a ideia da morte de alguém próximo.
       É um poema envolto em uma morte. O eu-lírico mostra-se confuso e triste, devido à morte de sua amada. Numa certa noite, um corvo aparece. Um corvo que sabia falar e que falava apenas "Nunca Mais". O eu-lírico passa então a travar uma conversa, expressar seus sentimentos e escutar o que o corvo tinha-lhe a dizer da forma que ele desejava. Aqui está um trecho:
"Abro a janela, e de repente,Vejo tumultuosamente
Um nobre corvo entrar, digno de antigos dias.
Não despendeu em cortesias
Um minuto, um instante. Tinha o aspecto
De um lord ou de uma lady. E pronto e reto,
Movendo no ar as suas negras alas,
Acima voa dos portais,
Trepa, no alto da porta, em um busto de Palas;
Trepado fica, e nada mais.

Diante da ave feia e escura,
Naquela rígida postura,
Com o gesto severo, — o triste pensamento
Sorriu-me ali por um momento,
E eu disse: "O tu que das noturnas plagas
Vens, embora a cabeça nua tragas,
Sem topete, não és ave medrosa,
Dize os teus nomes senhoriais;
Como te chamas tu na grande noite umbrosa?"
E o corvo disse: "Nunca mais". "
       Demorei certo tempo para entender o que ele queria passar, mas ainda assim, não sei realmente. Apesar disso, não é algo que eu não entenda simplesmente por não saber interpretar, mas sim porque é um poema que expressa algo que praticamente só aqueles que já sentiram a dor descrita entendem.
       É um poema mediano, na minha opinião. A linguagem é antiga, porém, não por isso é difícil. Recomendo a tradução feita por Machado de Assis, a qual me parece ser mais facilmente compreensível. A descrição das coisas é interessante, Poe consegue nos levar ao sentimento da falta, que é o que marca o texto. Ainda assim, Poe ainda não me conquistou com suas palavras.
Minha nota de 0 a 10: 05.

Autora: Stephanie Santana
O trecho mostrado neste texto é do poema de Edgar A. Poe, na tradução feita por Machado de Assis.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Máscaras

       O tempo passa. Revoluções, vitórias, lutas, perdas e ganhos ocorrem.
       A sociedade muda. Porém, por se ver mudada, as pessoas se amcodam. As antolhas são recolocadas.
       Sutilmente, tudo volta a ser igual de forma diferente.
       No final, convenhamos, seja no Brasil ou na Europa, NADA muda, só adquire novas máscaras.