Já pensou se algum dia sua vida se tornasse o objeto de
diversão de um sociopata?
“- Miserável! - Gritei. - Eu vou...- Ei! Cuidado com os elogios!– Ele parecia falar sério.– É o seguinte, detetive. Espero que você reserve sempre um tempo para mim depois dos assassinatos, pois eu lhe garanto que ligarei.- Assassinatos? – Estranhei o plural.- Você acha mesmo que esse foi o único? Há! Há! Há! O melhor de tudo é saber que você não pode impedir.- O outro lado da linha ficou mudo após uma risada cruel.”
Dimitri é um assassino misterioso e peculiar. Ele cria uma
espécie de jogo de “gato e sapato”, transtornando a vida de Detetive (que não
tem o seu nome revelado). Através de ligações sarcásticas, Dimitri avisa ao
investigador sobre cada um de seus crimes, e a cada crime, deixa uma pista de
seu paradeiro, envolvendo este em uma teia criminal perigosa e aparentemente
infindável.
“A Chuva”, por Ariel Ayres, é uma obra de conteúdo leve e
cativante. A linguagem é simples e clara, capaz de entreter qualquer jovem,
seja de corpo ou apenas de alma. Os diálogos são dinâmicos e objetivos, sem
tornarem-se artificiais. O enredo se desenrola como um labirinto onde até mesmo
o leitor é capaz de se perder em meio à angústia do protagonista. As
personagens são construídas em um âmbito sombrio. Apesar de seu grau de
importância, as mortes chegam a parecer ilógicas e o detetive cada vez mais
confuso. O cenário dá a entender que tudo ocorre em uma grande cidade, onde a
presença da mídia pode influenciar a todos e até mesmo acabar com a carreira de
alguém. Um alguém é o próprio detetive, que se vê pego pelas armadilhas de um
assassino em série misterioso, que aterroriza a sua mente, criando uma
atmosfera angustiante que leva o leitor às ultimas páginas num instante.
Apesar
do final pouco surpreendente, não deixa de ser interessante. O autor consegue
prender o leitor, sem utilizar-se de acontecimentos e informações realmente
desnecessárias. Com suas situações de certa forma grotescas, A Chuva me fez
imaginar a que ponto um ser humano pode chegar por puro medo e desespero. Esta é mais uma das obras que me fazem pensar
sobre quão boa é a literatura atual brasileira.Por Stephanie Santana
Trecho retirado do livro A Chuva, por Ariel Ayres.
Contatos com o autor: ariel.ayres.contato@gmail.com
Blog do autor: arielayres.blogspot.com
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